
Pense nos animais que usamos para produzir metáforas dirigidas distintamente a homens e a mulheres e observe como a conotação sexual depreciativa, na maioria das vezes, recai sobre a mulher:
Ela é uma potranca, uma vaca, uma galinha, uma cadela, uma coelhinha…
Quando há depreciação para o homem, normalmente diz respeito a seu caráter ou a outros comportamentos sem sexualização pejorativa:
Ele é uma raposa, um cavalo, um touro, um leão, um jumento…
E, quando há tal conotação, na absurda visão machista e preconceituosa de nossa sociedade, a esse homem atribuem-se características femininas:
Ele é viado. (a grafia correta é veado)
Precisamos romper com esse tipo de tratamento e de comportamento! É necessário desautorizar essas pessoas que se consideram em condições de subjugar o outro.
Enquanto propagarmos em nosso discurso, acriticamente por costume, metáforas que se constroem com preconceitos de gênero, de raça, de credo, vamos continuar criando, naturalmente, filhos preconceituosos e continuamos, assim, autorizando-os, sem nem perceber, a acreditar na inferioridade da outra, do outro e, consequentemente, a tratar mulheres, gays, lésbicas, trans, negros, indígenas, pessoas de credos diferentes do seu etc. com palavras e atos que os discriminam, os rebaixam e os matam, física ou psicologicamente.
Nossa sociedade tem se destacado nos piores índices de assassinatos de mulheres, pessoas trans, negros. Além de criar inúmeras consequências, ainda pouco divulgadas, mas já com boas pesquisas, à saúde mental das vítimas.
Só vislumbro um modo de resolver isso e é por meio de três vieses: exposição do preconceito, da ação, do crime, com a devida classificação; punição no rigor da lei dos que praticam esses atos, tanto no presencial quanto no virtual; e Educação crítica de qualidade.
Um país se quebra e se divide por causa de seus preconceitos e pela falta de respeito à igualdade de direitos e de tratamento.
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