Como será a sua virada?

Já passei virada de ano em muitos lugares, com grupos distintos de pessoas, festejos e alegrias, mas, hj, revisando vários desses momentos, um ano volta especialmente à minha memória agora: a virada de 1999 para 2000. Era um acontecimento tão esperado por toda a sociedade, com planos de festas grandiosas e queima de fogos espetaculares… Eu, entretanto, passei em casa com as duas pessoas mais preciosas de minha vida: Luiza, com 5 anos, e Gustavo, antes de completar 2. Passamos os 3 sozinhos pq João, sendo engenheiro de telecomunicações, teve de ficar de plantão na empresa em que trabalhava, afinal esperava-se o tal “bug do milênio” quando os computadores chegassem à meia-noite. Nós três fizemos, então, um super acampamento no quarto e passamos a virada juntinhos, eu e Luiza brincando até ela apagar (Gustavo dormiu mais cedo), e João ao telefone. Foi mágico! Verdadeiramente mágico!

Essa lembrança me traz uma essência que eu mesma perdi por muito tempo. Temos tanta necessidade de viver intensamente a vida, com tantas ações externas, barulhentas, cheias de atividades extraordinárias, que deixamos de lado o essencial e, muitas vezes, não vivemos o que temos de mais precioso e que está exatamente no simples, no ordinário. Aliás, acho que o extra do ordinário tem de se manter extra, mas a vida atual parece que exige que lutemos para transformá-lo no nosso ordinário, pois se não o tivermos para demonstrar nas redes sociais e contar aos demais não somos considerados e/ou não nos consideramos bem-sucedidos nem felizes.

Falo sobre isso hj pq estou vendo muitas pessoas viajarem e se prepararem para a virada como se não pudessem viver algo mais simples. Estamos em uma pandemia! É verdade que a maioria, graças a Deus, desenvolve uma forma suave da doença, mas sabemos que a Covid-19 também mata. Não consigo me imaginar aumentando os riscos alheios. Acho que para entrarmos em 2021 com a esperança de algo melhor, é preciso que nós nos tornemos, desde agora, pessoas melhores. E a melhor forma de fazer isso é observando as regras e indicações sanitárias de isolamento, máscara e cuidado consigo mesmo e com o outro.

Por favor, fiquem em casa, sem aglomerações. Preservem suas vidas e a vida dos outros. Para viver em sociedade precisamos ter senso de responsabilidade coletiva. Não sejamos irresponsáveis como alguns políticos e péssimos influenciadores digitais por aí. Nós podemos ser pessoas melhores!

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