“Fique comigo”, de Ayòbámi Adébáyò

Viajar pelo mundo lendo autoras contemporâneas tem sido de uma riqueza ímpar. A nigeriana Ayòbámi Adébáyò me fez sorrir, torcer, sentir profundamente o amor e a dor maternais, derramar lágrimas de tristeza, mas também de alegria.

“Fique comigo” apresenta os dois protagonistas, Yegide e Akin, como narradores-personagens. Eles se intercalam contando cada acontecimento a que somos apresentados pelo seu próprio ponto de vista, que se constrói, naturalmente, pelo prisma da mulher, numa sociedade patriarcal, e de um homem, que embora tenha o valor superior de sua condição masculina é, também, submetido a inúmeras exigências sociais com base na cultura de seu povo.

Os capítulos ora se complementam, ora se entrecruzam em acontecimentos que nos surpreendem e nos confrontam, a todo instante, com nossos valores a partir de nosso olhar cultural distinto. E o mais interessante é perceber que muitas situações poderiam se resolver se o casal dialogasse de verdade.

Paro, porém, por aqui porque essa leitura merece ser bem pessoal. Resolvi não fazer uma resenha contando partes da história porque – embora não tenha problemas com spoilers, já que o que mais me envolve nas narrativas é o como se conta, e não o que se conta – tenho de admitir que as surpresas e descobertas em “Fique comigo” tiveram um grande peso nesta minha leitura.

Só acrescento que o livro é imperdível. Emocionante, comovente. Vale muito conhecer essa escritora nigeriana de 31 anos, recém traduzida para o português pela editora Harper Collins. Parece que também foi lançada pela Tag Inéditos.

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