Sabe quando vc lê um texto que tem um determinado sujeito simples (estou falando de função sintática mesmo), mas vc só consegue enxergar outro substantivo próprio no lugar daquele sujeito?

Pois é! Qualquer semelhança é mera coincidência… Ou não!

Acho que alguém aqui no Brasil andou fazendo direitinho o dever de casa…

Saído do forno nos EUA e logo traduzido para o português, o livro Como as democracias morrem, escrito por dois professores de Ciência Política de Havard sobre a chegada de Trump à presidência da grande potência mundial, nos traz uma perspectiva um pouco assustadora sobre o que pode estar se construindo para os próximos anos.

Como brasileira, sinto-me ainda mais assustada, pois a leitura de determinados pontos do livro levou-me realmente a constatar que o nosso mais novo presidente eleito aprendeu bem a lição com Trump e copiou seu ídolo direitinho para chegar ao poder.

Uma pequena amostra (as fotos abaixo são da página 66 à 71, sobre a eleição de Trump nos EUA).

Os autores, para comprovar sua tese de que as democracias não estão tão bem consolidadas que não possam se desfazer, discorrem sobre os caminhos que levaram vários países bem distintos a governos autoritários. Em várias situações, mostram-nos também que, muitas vezes, a população, com o medo exacerbado e um vislumbre de esperança contra a violência, a corrupção e a pobreza, é motivada a acolher e a eleger autocratas disfarçados de salvadores da nação.

A leitura é longa – mas bastante instigante e também assustadora – se observarmos com cautela os caminhos que Trump percorreu e a cópia quase idêntica de atuações de JB em todo o processo eleitoral ocorrido nos últimos meses.

Considero um livro atualíssimo e necessário para entender um pouco mais o mundo em que estamos vivendo e como estamos nos expondo e sendo expostos nas redes sociais, consumindo fake news e multiplicando seu acesso a milhares de pessoas. Somos rede e estamos no meio desse jogo sujo.

Para quem se interessar, segue abaixo palestra de Steven Levitsky aqui no Brasil: