Gosto muito de filmes baseados em fatos reais. “22 de julho”, entretanto, foi assustador, angustiante, chocante.
Ver, em uma produção cinematográfica, a frieza com que um homem jovem cometeu dois atentados – que tiraram a vida de 77 pessoas em um único dia na Noruega; imaginar o desespero daquelas dezenas de jovens que correram tentando salvar suas vidas, enquanto um único homem as caçava como se animais fossem; constatar que há pessoas com posicionamentos políticos extremados que podem agir irracionalmente contra pessoas comuns em qualquer lugar, tudo isso me angustia e me faz temer o que está se construindo para os próximos anos.
Anders Behring Breivik, um terrorista da extrema-direita, insatisfeito com a política migratória e com o multiculturalismo em seu país, planejou um ataque para atingir em cheio ao Primeiro-Ministro e aos filhos de uma elite integrante do Partido Trabalhista da Noruega. Suas ações, no dia 22 de julho de 2011, mostraram que as ideias da extrema-direita nazista, de uma supremacia de uns sobre outros ainda se fazem presentes numa total falta de entendimento de que o ser humano é sempre igualmente humano, seja ele de onde for, falante de qualquer língua, crente de qualquer fé.
Não sei comentar absolutamente nada sobre o filme. Só sei que fiquei totalmente presa ao drama… tão próximo de nós.