Maravilhoso!

Juntar a paixão que tenho por musicais com a oportunidade de conhecer um pouco sobre vida e obra de músicos brasileiros tem sido enriquecedor para mim.

Isaura Garcia foi essa surpresa boa. Conhecia algumas músicas cantadas por ela, mas não a conhecia de fato. Isto é, eu, na minha ignorância musical (ouço muita coisa sem saber quem é o intérprete), nunca tinha dado atenção a essa cantora paulista que começou a fazer sucesso nos anos 40. Afinal, ela fazia parte daquele rol de músicos da geração de meus pais…

Ontem, ao assistir ao musical no Teatro Oi Casa Grande, me encantei pela sua história e a procurei no Google, no YouTube e no Spotify.

Uma mulher do povo, que cantava “música de negro”, o samba, e se relacionava igualmente com todos, pelo que entendi na peça. Filha de pai português – machista, racista, violento – saiu de casa desde cedo para conseguir ser o que queria.

São três atrizes interpretando Isaura em fases distintas de sua vida. Kiara Sasso faz o papel da jovem, no início da carreira. Bastante atrevida, ingênua, com um jeitão bem popular. Soraya Ravenle mostra o lado adulto e sofrido da cantora, e seus relacionamentos tortuosos. Já a grande Rosamaria Murtinho, interpretando novamente Isaura, representa lindamente o papel da Personalíssima na fase final de sua vida. A personagem, nessa etapa, permite-nos analisar, junto com ela, tudo o que a cantora viveu e sofreu e os erros que cometeu, até mesmo em seu casamento com Walter Wanderley, organista de muito sucesso, conhecido em vários países.

Melhor de tudo foi ter ido com minha mãezinha, que ainda não está querendo sair muito. E ela amou.

É isso. O espetáculo vale demais!!! Deixo abaixo algumas gravações que encontrei no YouTube.

A peça:

Mix – Isaura Garcia:

Entrevista com o Jô em 1992:

Isaura Garcia faleceu em 1993, com 70 anos.