O musical “O homem de La Mancha”, que ficou em cartaz até domingo passado, é um espetáculo grandioso.
Com um figurino deslumbrante, um cenário rico em uma linda simplicidade, cores, luzes, disposição dos atores no palco com total sincronia, a peça transcorreu com a força da história e a leveza do encantamento. As músicas, quase todas clássicas da história de Dom Quixote já encenadas no passado, eram cantadas e tocadas por músicos profissionais de primeiríssima linha. Aliás, cada novo musical a que assisto aumenta a minha certeza de que não estamos devendo nada para a Broadway.
A clássica história pra uma eterna apaixonada como eu superaria, no entanto, qualquer problema. Estava extasiada. A adaptação que Miguel Falabela fez levando Cervantes para um sanatório onde conta, em sua defesa, a história para os outros loucos traz a peça mais para perto de nós. O texto original se passa no período da inquisição espanhola. Miguel de Cervantes, considerado herege, é preso e jogado num calabouço onde encontram-se ladrões e assassinos. O que costura Dom Quixote e O homem de La Mancha é a própria defesa que se constrói no narrar da história para o julgamento realizado pelos companheiros de cela/sanatório
Apesar de toda beleza, é preciso falar…
A temporada no Rio de Janeiro teve suas apresentações realizadas no Teatro Bradesco, no Village Mall na Barra. Estou destacando o teatro em si porque, no meu parco conhecimento de som e de acústica, acho que foi o gerador do único defeito do musical. Um problema que não sei precisar exatamente o que é me incomodou bastante: havia talvez algo de errado no microfone/no som da atriz que interpretava Dulcineia. Toda vez que ela dava alguns agudos, o som se desdobrava em ecos e estalava mais ao fundo da sala.
Mas, como disse antes, a bela obra e a magnífica peça me levaram a superar o incômodo. Amor profundo pelo meu Cavaleiro da Triste Figura.
Algumas cenas…