Na última sexta, assistimos ao musical sobre a vida de Nara Leão. Pra começar, adorei a experiência em um novo teatro. Nunca tia ido à Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana. Adorei! Acho que viver é isso: descobrir e maravilhar-se com o novo mesmo que já seja velho. Há muita coisa bem do nosso ladinho ainda para ser descoberta e conhecida.
Com relação à peça, diferentemente da de sábado sobre Renato Russo, a produção traçou um roteiro musical para tentar narrar a vida de Nara, desde a Bossa Nova, nas reuniões na casa dos pais dela, até o final de sua vida, mas sem mostrar a sua morte. O interessante é que muita coisa sobre ela eu não sabia e algumas músicas que ela cantava eu também desconhecia.
Os dois atores – Aline Carrocino, no papel de Nara, e Marcos França, interpretando vários homens que passam pela vida dela (de pai a namorado e marido, de amigo, como o Chico Buarque, a produtor…) – eram seguidos de músicos excelentes. O cenário único permitiu tranquilamente a passagem do tempo.
Embora seja uma peça muito mais simplória do que outras tantas que têm contado as histórias de nossos músicos, como Elis, Cassia Eller e Wilson Simonal, dentre algumas das que já assisti, acho que cumpriu seu papel de trazer a nossa história e celebrar nossos grandes artistas. Precisamos mais desse amor pelo que é nosso. É muito importante valorizar nossa cultura, nossas criações. Tem muita gente por aí cuspindo no prato em que come.
Aliás, Nara tinha costas quentinhas com certeza (dinheiro?!) porque pra dizer o que disse sem ser presa ou exilada na ditadura… Muita coragem!!! Excelente!!!
Ah! A cena em que a atriz interpreta a música Carcará parecia ser para os dias de hoje. Saí do teatro com vontade de indicar a peça pra muita gente conhecida que hoje pede intervenção militar.
Ignorância é uma merda!!!
Uma coisa boa: a meia entrada custou 25 reais.