Li, no ano passado, o livro “A guerra não tem rosto de mulher” e vi a peça de mesmo título há uns dois ou três meses no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro. A jornalista Svetlana Aleksiévitch recolheu relatos de russas que tiveram de se alistar na Segunda Guerra Mundial e só vieram a ser condecoradas 40 anos depois.
Imaginar o que centenas de mulheres viveram numa guerra feita por homens, para homens, contra homens é assustador. Elas passaram anos no front até receberem o primeiro conjunto de roupas íntimas femininas. Nem coturnos (as botas militares) havia em numeração pequena. Muitas, ao voltarem pra suas casas, foram renegadas por suas famílias porque não eram mais consideradas moças puras, “castas”, direitas, tendo convivido tanto tempo com pelotões de homens.
Vale muito a pena ler!