Poemas para mim são pílulas de felicidade, de sobrevivência, de liberdade, de paz, de fuga… Cada dia escolho a pílula que preciso tomar de duas formas distintas: ou sigo a leitura do livro de poemas que estou (re)lendo e fica em minha cabeceira ou pego aleatoriamente um livro em minha estante, abro e viajo no que me aparece aos olhos.
Ontem, depois de um dia que começou às 7h no trabalho e terminou às 21h chegando em casa com meu pai da quimioterapia, peguei o livro que estou relendo (nem sei mais quantas vezes o li) e gravei este vídeo, em pé, encostada numa porta em meu quarto, do jeito que estava depois do dia inteiro na rua.
Cansada do dia e sofrida com a doença do papai, misturei a pílula da fuga com a da alegria e me dei de presente este delicioso poema de Manoel de Barros, d’ O livro das ignorãças.