É preciso refletir muito sobre o momento histórico que estamos vivendo. As redes sociais aumentaram a carga de discussão diária entre as pessoas e isso vem gerando animosidade entre amigos, divergências entre pais e filhos, inimizades entre irmãos. Aquilo que prometia unir o que era distante está desunindo e afastando o que é próximo.
Discutir é fundamental. Sempre! Mas a argumentação precisa estar pautada na realidade, em fatos concretos e comprovados, mesmo que as visões desses dados sejam distintas pelas percepções políticas variadas. Precisamos ter claro que manter-se em polarizações já é ruim, quando tais polarizações se baseiam em fraudes (as famosas Fake News), então, é devastador.
Abaixo, transcrevo notícia da BBC Brasil feita a partir de uma conversa com Niall Ferguson, historiador britânico, professor da Universidade de Stanford, nos EUA.
Redes sociais prometem ‘comunidade global’, mas resultado é polarização e não união, diz historiador
Niall Ferguson compara o momento atual com a reforma protestante e como o advento da imprensa há 500 anos fez a mensagem de Martinho Lutero ‘viralizar’ com resultados inesperados e violentos.
O historiador britânico Niall Ferguson comparou o impacto da mensagem de Martinho Lutero, há 500 anos, com o prometido hoje pelo que chamou de ‘sacerdotes do Vale do Silício’. Em ambos os casos, os resultados imediatos não foram tão bons quanto as intenções.
“Na maior parte da história de que temos conhecimento, instituições hierárquicas, como os Estados, dominaram as (chamadas) redes sociais”, disse.
“Houve duas eras em que novas tecnologias empoderaram redes (sociais) e enfraqueceram hierarquias. A primeira vez foi 500 anos atrás, quando Martinho Lutero lançou sua campanha pela reforma da Igreja Católica. A segunda é o momento atual”, argumentou.
“Se não fosse pela imprensa escrita, Lutero teria sido só mais um herege ‘torrado na fogueira’. Mas a imprensa, uma espécie de internet antiga, permitiu que sua mensagem viralizasse pela Europa.”