Nos anos 80, eu vivi a minha pré-adolescência e adolescência. Não era fã do Bozo, mas cheguei a ver algumas vezes o programa dele. Na verdade, nunca fui de seguir, por minha conta, pessoas famosas, querer ter caderno, lancheira disso ou daquilo, pedir autógrafo… Sempre achei tudo isso uma baboseira. Então, nunca forgei ídolos do mundo da fama para a minha vida, coisa tão comum aos adolescentes. Apesar desse distanciamento, ver esse filme me causou certa agonia.
Antes de assustar quem já viu o filme e gostou dele com essa tal de “agonia” mencionada aí, digo logo que eu amei o filme. A sensação que descrevo não é em relação à produção, mas sobre a história de vida de um palhaço, idolatrado por muitas crianças que agora, adultas, vão descobrir que Papai Noel não existe. Sem falsos moralismos. Apenas com a dor da idealização perdida. E, mais que isso, com a dor de conhecer que, por trás daquela alegria transmitida, havia um homem infeliz e desequilibrado em seu anonimato.
Voltando, porém, ao filme em si, que é o que interessa, quero destacar seis pontos.
1. Vladimir Brichta é um artista com “A”, maiúsculo. Ele simplesmente dá um show de atuação. Mereceria o Oscar de Melhor Ator.
2. Para quem viveu, como eu, nos anos 80, ver a moda, os cabelos, os programas de televisão, as propagandas, os carros é emocionante.
Gente, eu andei em um Opala e em um Fiat 147 iguaizinhos aos de Bingo!!!
3. Ver Bozo enganando um americano arrogante foi sensacional.
4. Achei o máximo a Gretchen não proibir o uso de seu nome nem de sua performance na produção. Ninguém, eu disse NINGUÉM, além dela, teve a coragem de assumir publicamente sua história pregressa ao lado do Bozo.
5. As músicas foram um sucesso à parte.
6. (Spoiler) Ouvir a expressão da emoção dos espectadores quando o falecido ator Domingos Montagner aparece em cena foi marcante.
Enfim, vale muito a pena!!!
Assistam! Assistam! Assistam!!!